domenica, giugno 25, 2006

quando os patinhos feios resolvem desabafar


O que há de absurdo em ser um patinho feio? Por que desde criança temos que nos adaptar às expectativas de comportamento, aos padrões estéticos e de sociabilidade que exasperam os cenários sociais, dos quais somos compulsoriamente inscritos e marcados, como gados, ao nascermos?
Nunca me tentei a arrefecer minhas frustrações confortando-me com o bálsamo da redenção final.
É assim que me sinto quando deparo-me com tais narrativas.
Enojava-me, aos sete anos, ao constatar que todos aqueles contos que pensavam ser frutíferos para a minha adaptação ao tenebroso e angustiante mundo das crianças céticas e cínicas, que, como eu, cresceram sob a aura da invisibilidade.
Tais balelas nada amenizam as relações que construimos nos diversos ambientes sociais, porque o fabuloso e os píncaros dos amenizadores de consciência não tornam (nem tornarão) nossas infâncias e reciprocidade de expectativas diante de estruturas e instituições, que talmente nos premiam como a fastidiosa espera do porvir e da aceitação automática, subalterna.
Dos contos aos comprimidos de Valium, iniciados na perspectiva de que o porvir será confortante, mas, enquanto isso, resignemo-nos aos princípes, fadas e ressacas.
Nada tenho a modificar nestes amenizadores baratos de consciência. Os li e não aprendi e não me resignei e não satisfeita os substitui pelo alcool, pelos comprimidos.
Me apresentem como uma pessimista, mas há mais reflexões - condizentes com as angústias de uma infância abortada - nos rabiscos que fiz quando "guria" do que em abóboras que se tornam carruagens.

AVE EDGAR ALAN POE,
é só o que tenho a dizer!

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